segunda-feira, 24 de março de 2014

Dia Mundial de Combate a Tuberculose é lembrado com orientações no calçadão

Alertando e orientando a comunidade sobre a transmissão e sintomas da tuberculose, o Município de Campo Mourão, através da Secretaria de Saúde promoveu uma mobilização de saúde nesta segunda-feira, 24. A campanha lembrou o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, ligado a Organização Mundial da Saúde (OMS). Também foram realizadas orientações e distribuição de folders em todas as unidade de saúde do município.

Segundo a coordenadora do Ambulatório Dst-Aids, Ana Lúcia Cardoso, o objetivo é conscientizar a população sobre o impacto da doença no mundo e divulgar as medidas de prevenção e controle que estão ao alcance de qualquer pessoa. Ela alerta que, apesar de curável, a doença está atrás apenas do HIV/AIDS em casos de fatalidade causada por um único agente infeccioso. A médica responsável pelo programa de combate a tuberculose em Campo Mourão, Rúbia Rieke, participou do dia de orientações.

A Organização Mundial de Saúde tem batalhado pelo progresso rumo às metas globais de redução de novos casos de tuberculose e de mortes causadas pela doença. Em outubro do ano passado (data de publicação do relatório de acompanhamento anual), a entidade comemorou o fato de que entre 1990 e 2011 o número de mortes havia caído em 41%. Sem tanta alegria, o mesmo relatório mostrava que com todos os esforços por prevenção e controle, 8,7 milhões de pessoas ainda ficaram doentes com tuberculose em 2011, doença que matou 1,4 milhão de pessoas.

A doença é considerada um problema de saúde pública, sendo a terceira responsável por morte causada por doenças infecciosas e a primeira entre pacientes com HIV.

Informações sobre a Tuberculose:

Quais são os fatores que colocam uma população em risco e quais são as populações mais ameaçadas?

A tuberculose é um indicador social. Existe um conjunto de condições sócioeconômicas que favorecem a disseminação da doença. A aglomeração, a moradia inadequada, a falta de ventilação, a desnutrição, a baixa imunidade, a preexistência de fatores que diminuam a força do sistema imunológico como vícios (alcoolismo, tabagismo, consumo de drogas) e doenças imunossupressoras como a AIDS. Algumas dessas são condições comuns entre moradores de favelas, população privada de liberdade, aqueles que vivem em situação de rua e, também, os índios.

Mas qual o impacto real nessas populações?

Para se ter idéia, a incidência na população indígena é 4 vezes maior que na população geral. Existe um problema muito sério de alcoolismo em algumas aldeias e isso baixa a imunidade consideravelmente. Agora se a predisposição entre índios parece alta, espere: entre aqueles que estão privados de liberdade é 27 vezes maior, devido às condições horríveis das cadeias e presídios no país. Entre as pessoas com o vírus HIV e imunidade baixa, a incidência é 30 vezes maior. Agora, a pior delas está entre as pessoas que vivem em situação de rua: 67 vezes maior.

Como se transmite a tuberculose?

Se transmite a partir de uma pessoa que tenha o bacilo que provoca a tuberculose no pulmão. Quando essa ela, fala ou espirra, o bacilo pode ser exalado pela boca. Qualquer pessoa perto pode inspirar o bacilo e ser infectada, porque ele passa pelo ar. Mas ser infectada não quer dizer que vai ficar doente, somente se o sistema imunológico de defesa dela estiver baixo, senão, a pessoa pode ficar com o bacilo inativo. De todo mundo que se infecta, menos que 5% adoecem durante a vida.

Existe alguma vacina que se possa tomar?

A BCG, que todo recém-nascido recebe ao nascer. Só que essa vacina protege somente até o início da adolescência e a segunda dose não provou tanto resultado. O bom é que as crianças - e todas as crianças recebem por lei-- ficam protegidas das formas mais graves de tuberculose, como a meningite tuberculosa no cérebro. Atualmente, os cientistas estão em busca de uma vacina que proteja também adultos e dê um jeito de encurtar o tratamento, que hoje leva 6 meses para curar o paciente.

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